História

Assim Nasceu o Núcleo Anjos da Noite

Numa noite muito fria de garoa, com temperatura por volta de 4ºC, e eu em meu carro com ar condicionado ligado no quente, pois mesmo com o carro todo fechado, estava realmente muito frio e ao parar no semáforo da Rua Amaral Gurgel,  fui abordado por um senhor de aproximadamente 60 anos, que vestia apenas uma camiseta rota e uma bermuda. Fiquei chocado pois fazia muito frio. Então resolvi parar o carro e ajudá-lo. Depois de trocar a roupa molhada, incluindo sapatos e um sobretudo, esse senhor me olhou fixamente e disse em tom solene: “VOCÊ É UM ANJO DA NOITE”. Discordei, mas agradeci o elogio.
Continuando minha trajetória para casa, aquela frase ecoou em minha mente durante todo trajeto, ficando o semblante de gratidão e alegria daquele senhor gravado em minha mente. Ao chegar em casa, adormeci e sonhei que estava no mesmo local onde doei as roupas e vi-me dando comida e roupas a muitas pessoas. Aquele senhor me olhava e continuava dizendo: “Você é um Anjo da Noite”. Acordei sem esquecer o acontecimento durante o sono. Resolvi chamar alguns amigos e sair às ruas para distribuir alimentos. Fizemos uma sopa muito suculenta para aproximadamente 100 pessoas e fomos na Rua Amaral Gurgel para distribuí-lo. Nunca mais paramos pois foi tão importante e gratificante que resolvemos adotar o nome sugerido pelo Ancião citado. Passamos a arrecadar com nossos amigos, familiares e vizinhos, alimentos, roupas, calçados, agasalhos e cobertores para que dessa forma pudéssemos diminuir, pelo menos um pouco, o sofrimento dos nossos irmãos e famílias carentes que vivem e dormem nas ruas, nas noites frias de nossa cidade. Fria não só de temperatura, mas de calor humano que teima em se dissipar no agitado mundo das metrópoles.
Mas esses desafortunados não precisam somente de comida para o sustento do corpo. É necessário alimentá-los na alma. Não precisam somente de água para lhes matar a sede, pois têm sede de vida. Não somente de um cobertor para cobri-los nas noites frias, pois buscam abrigo no respeito e no carinho. Não só necessitam do relacionamento social, pois carecem da humana troca sadia. Não apenas serem ouvidos, é preciso entendê-los. Não só lhes falar ou cumprimentar é importante, e de bom grado incentivar e esperançá-los, é necessário fazê-los sentir a vida, e que vale a pena viver. Talvez seja errado falar “esses desafortunados”. Talvez fosse mais justo dizer “nós, desafortunados”. Isso mesmo, nós! Afinal do que são feitas as cidades? São feitas de pessoas, e o conjunto de pessoas convivendo em um espaço comum formam uma aglomerado que é conhecido como metrópole, todo o resto serve de infraestrutura para realizar e melhorar a convivência entre seus integrantes, ou seja, dinheiro, casas, lojas, ruas, avenidas, praças, parques, carros e todo o resto que compõe a paisagem urbana servem apenas para amenizar os atritos do relacionamento humano, portanto, nós somados a tudo isso formamos um único elemento, que se movimenta o tempo, o que caracterizamos como “vida”.
Mas parece que é feito o contrário: ao invés de melhorar a convivência humana, estamos nos afastando uns dos outros; e estamos tão envolvidos nesse ritmo frenético que mal percebemos o que estamos fazendo, mal percebemos que estamos perdendo a noção do que significa a palavra cidadania, que muito além de uma palavra, é um conjunto de ações feitas por um cidadão, que obviamente vive nas cidades, feita de seres humanos, é claro; portanto, cidadania é a prática da humanidade. O resultado dessa “não prática” é o que muitos chamam de refugo social, carentes, desfavorecidos, excluídos, marginalizados… Nós não os vemos assim. Chamamos de pessoas em dificuldade precisando de ajuda. E as ruas, um lugar não muito bom para se morar. Portanto, se não praticamos a cidadania, somos realmente dignos do título de cidadãos? Quem é que está marginalizado? Quem é o carente? Quem pode dizer-se responsável? Quem é digno do título então… Humano? Um abraço Kaká Ferreira...

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